"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" (Clarice Lispector)
When once you have tasted flight, you will forever walk the earth with your eyes turned skyward, for there you have been and there you will long to return. (Leonardo da Vinci)
Voando Comigo
Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo. Agora construa os alicerces." (William Shakespeare)
Toda enrolada - odeio essa parte do treino, sempre enrolo tudo
Ufa!
Segundo dia de aula, com uma lacuna de mais de uma semana por causa da frente fria e chuva que assolou o Rio de Janeiro e que só deu uma amenizada ontem.
Hoje, o treino foi punk e amanhã tem mais.
A pressão estava alta, o parapente puxava muito (nem sei se o termo correto é esse), pouco consegui correr com velocidade, mas aos poucos eu e o paraca fomos nos entendendo. A dificuldade foi meus braços se entrosarem com o comando. Mas mais uma vez Marcelo falou que fui bem, mas acho que estou dispersa em alguns pontos e me descobrindo em outros. Aprendi a me ler e ler o paraca nas sombras - kkkkk
Sempre me enrolo na hora de colocar a selete
Hoje, tirei os pés do chão duas vezes. Tudo bem, fui empurrada pelo Marcelo durante a corrida, mas além de gritar, eu só mandava ele me colocar de volta no lugar - rs rs rs. E uma das minhas melhores infladas e corridas foi fugindo do formigueiro. Mico de sucesso: Eu estava correndo quando dei por mim, parei, travei, me lembrei do formigueiro, das formigas que tomaram o meu tênis e me picaram na última aula. Dei uma meia volta, o paraca que estava caindo acabou subindo e eu danei a correr. Sou muito lesada.
Mas foi bom, estou cansadérrima, mas amanhã tem mais....
Marcelo brincando de inflar, enquanto eu dava uma pausa no fôlego. Quem manda fumar sua burralda
PS: Consegui filmar todo o treino, depois coloco o video aqui. Tenho que trabalhar na conversão. Que saco editar video!
Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo nuvens do tipo Cirrostratos (CS).
foto de arquivo pessoal: CB por cima de alguns bairros da Zona Norte no RJ. Olhar da fotografa que o viu em todo seu esplendor do terraço de sua casa.
Há um ditado que inicialmente não entendia, mas que o piloto Geraldo (voa muito em Japeri) me dizia, ou citava: "CB no ar, piloto no bar". Muito tempo depois, passei a entender a força de um CB - Cummulus Nimbus. Depois dele, descobri que as nuvens nem sempre são nuvens de pompom e formam desenhos encantadores.
Mas vou confessar que quando estou dirigindo, ou simplesmente na carona, fico olhando o céu procurando por CB´s. Adoro CB´s - é a força, a destruição, o apocalipse, mas logo depois que ele passa, a vida continua no aguardo de um novo CB. Nem todos sobrevivem a ele.
Esse post é para me lembrar que tenho que estudar sobre pressão atmosférica - tarefa de casa.
Fiquei super encantada quando vi essa foto. Usei-a no meu outro blog - o She´s Like The Wind - que tem o sentido de palavras, emoções, percepções soltas ao vento. Sabia que um dia, a mulher e o urubu, iriam fazer um grande sentindo para mim.
A mulher e o pássaro. A liberdade no ar. Ele a respeita e por ela se entrega. Ambos se completam.
Encantada fiquei quando te vi Achei que jamais pudesse te dominar Precisava te conhecer Para poder me entregar Agora vais me ensinar Como no céu me jogar E te seguirei Até o horizonte alcançar Para ao crepúsculo me entregar E ao teu lado, eu vou voar.
(By Beth Santana)
URUBU: pássaro preto que não gosta de bater asas, voa em térmicas a procura de alimentos ou para se deslocar de uma região para outra, tem uma grande sensibilidade para voar em correntes de ar ascendentes, esta sempre presente em rampas boas de vôos. O pássaro sabe tudo ! Uma das analises é ver o urubu em vôo, o piloto sempre esta atrás de um urubuzinho. (Fonte: CBVL - Clube Baiano de Vôo Livre - Dicionário dos termos usados no Vôo Livre).
A águia e o gavião têm essa mesma percepção do urubu e são grandes orientadores dos pilotos em busca de boas condições de vôo.
Aprendi a caminhar olhando para o céu e toda vez que vejo um urubu voando fico observando seu vôo. Adoro vê-los voando bem alto, algumas vezes, estampando nas nuvens. Da minha janela eu os vejo, eles voavam muito alto e desejei ser um deles.
Ao longe, uma fita negra Esticada a ponto de não ter mais volta Um vôo de fantasia sobre um campo varrido pelo vento Ficando sós, meus sentidos oscilam Uma atração fatal me segurando firme Como posso escapar deste pulso irresistível?
Não consigo tirar meus olhos do céu circundante A língua presa e enrolada Só um desajustado preso a terra, eu
Gelo está se formando nas pontas das minhas asas Avisos não observados Pensava que pensava em tudo Nenhum navegador Para guiar meu pensamento de volta para casa Descarregado, vazio e petrificado
Uma alma em tensão que está aprendendo a voar Condição: preso ao solo Mas determinado a tentar Não consigo tirar meus olhos dos céus circundantes A língua presa e enrolada Só um desajustado preso á terra, eu
Acima do planeta, sobre uma asa e uma prece Minha auréola suja e grudenta, uma trilha de vapor no ar Através das nuvens vejo minha sombra voar Do canto de meu olho lacrimoso Um sonho não ameaçado pela luz da manhã Poderia carregar esta alma Direto através do telhado da noite
Não há sensação para comparar com esta Animação suspensa, um estado de bênção Não posso tirar minha mente do céu circundante A língua presa e enrolada Só um desajustado preso a terra, eu.
O vento, a sua condição (se está fraco ou forte, norte, sul, leste, oeste) é o grande aliado do vôo livre. Sem uma boa condição de vento não há um bom vôo, uma boa decolagem, um bom pouso. E no treino também essa condição é importante, pois com a ausência de vento na rampa, o piloto tem que correr muito para conseguir uma boa decolagem.
Hoje, está maior ventaca no RJ, portanto, inadequada para treino. Não haverá treinamento hoje. Marcelo me ligou logo cedinho para dar a noticia. Melhor assim, pois corre o risco de euzinha, lesada que sou, inflar e o vento ventania me levar embora. (rs rs rs) ...
Mas tudo bem...esperei tanto e não estou com a menor pressa.
Aos dois gaviões que voam por aqui sobra todo o resto, têm horizontes mais amplos que os de todos nós porque podem voar mais alto e ver mais longe, e mesmo que a maior parte das pessoas não saiba que eles estão aqui, esses dois gaviões são os senhores. Liberdade e força.
Pensei que fosse acordar toda dolorida, moida, quebrada. Mas que nada...estou pronta para outra. Acordei cedo, fui caminhar na praia. Preciso caminhar muito, pois sou fumante e tenho que ter o equilibrio cardio-respiratório nessa fase inicial do curso onde é exigido demais nas corridas. Não vejo a hora de chegar segunda-feira e reiniciar as aulas, pois se tudo correr bem faremos aulas diárias.
Combinamos de nos liberar nos finais de semana. Mas também não quero ser tão exigente comigo mesma, vou sempre dar uma relaxada e fugir de vez em quando é sempre muito bom.
Meu amigo Marcos, do Nas Ondas dos Ventos, esteve do meu lado no meu primeiro dia de aula. Ele já é piloto de asa delta, mas bem que pertubei-o para ser um total flex (voar de asa e parapente). Foi muito engraçado ver Marco treinando, correndo e colocando os bofes para fora.
Putz...foi um amigaço, gritava, mandava correr, tirava fotos e participava com análise crítica sobre meu desenvolvimento. Ao final escutei: "Parabéns! Você me surpreendeu! Melhor do que muitos que já vi e que demoram dias para simplesmente inflar um parapente."
Uau! Foi muito bom ter esse feedback do Marquinhos. Espero que ele possa em breve voltar a treinar, pois meu instrutor disse que mais uns treininhos logo ele subiria o morro. Mas a paixão do Marco é a asa-delta, mas ainda vou insistir para ele ser um total flex do vôo livre.
Obrigada Marquinhos. Você é show e muito obrigada por suas palavras de incentivo e seu feedback positivo!! Logo depois perguntei se ele me diria caso eu não tivesse ido bem nos treinos. E ele respondeu: você ainda duvida? mas é claro, e ainda seria curto e grosso.
Pronto! Desta vez o tempo cooperou e pude começar o meu curso de parapente. Vou dizer que estava assim meio receosa, meio desconfiada, mas fui de boa, sem muitos grilos para levar no curso adiante. E acho que me sai muitissimo bem (foi o que disseram).
Meu instrutor me disse que fui ótima, logo inflei, corri bem e com velocidade. Tenho que agora dominar meus rituais e comandos do equipamento para minha segurança e melhor aprimoramento, afinal, nunca havia feito nada além de vôos duplos, nem mesmo segurava nos comandos quando o piloto sugeria. Além do que, ainda carregava um certo trauma de um joelho lesionado durante o curso de asa delta, no ano passado.
1º foto: Conhecendo o equipamento. Meio desconfiada. Perguntando tudo.
2a. foto: Já inflando de cara. Que medo! 3ª foto: Correndo de boa e adquirindo velocidade, mas cansa muito!
4a. foto: Correndo muito e conhecendo minha postura na corrida.
Tenho muito o que aprender e melhorar, mas muito mais ainda a escutar. Estou nas mãos de um dos melhores instrutores do Rio de Janeiro. E tudo correrá muitissimo bem.
PS:Só para não esquecer que dei uma pisada boa num formigueiro daqueles e ainda por cima fiquei parada enquando as ferozes formigas tomavam conta do meu tênis e sangravam minha perna. Bem, quando senti a ferroada delas, sai correndo pelo mato, gritando, jogando o tênis para longe. Os meninos riram, é claro! Só eu mesma, totalmente lesada
Meu curso de parapente não começará hoje. Conversei com meu instrutor - Marcelo Almeida; ele me disse que no local do treino o vento não está favorável, além do mais, poderá chover e prejudicar o desenvolvimento das aulas.
O correto, no nosso local de treinamento, é o vento estar Norte ou Leste.
Mas amanhã, se a mãe natureza permitir, começaremos as aulas.
No ar o balanço da linha encontra o sorriso, sinuoso desenrolar de muitos encantos.
O menino sonha, o céu se abre, o tempo acaba, a pipa que tão amiga se esvai retorna em fluidos mágicos inflados de muitos andares deixados no solo que se afasta, afasta...
O menino agora homem, leva no seio a tempestade em busca de outros ventos anseios de muitos ares encontra no céu leito suave a deslizar quimeras
(Fonte: Guia 4 Ventos Texto de Layse Grisolli Costa 11/95)
Muito bem mocinha - agora chega de duplinhos. Está mais do que na hora de alçar vôo solo, sem medo e sem jamais esquecer os ensinamentos dos seus mestres. Mas não custa nada divulgar o trabalho dos meus pilotos preferidos.
Amanhã, em tese, se o tempo ajudar, começarei meu curso de parapente. Bem, vou confessar que não morro de amores pelo parapente, no entanto, ano passado, machuquei o joelho no curso de asa delta e fiquei meio assustada, pois o treinamento é bem mais pesado - porém prazeroso.
Creio que o parapente vai me ajudar e muito a perder o medo de tirar os pés do chão e alçar vôo solo. E quer saber? Voando de asa delta ou parapente, com certeza a melhor coisa do mundo é perceber que o horizonte está logo ali ao nosso alcance.
Se você me perguntar se estou com medo, então lhe responderei: Eu morro de medo, mas é um sonho lindo, apoiadissimo por várias pessoas legais, pilotos de renome e não vejo a hora dele ser realizado e estar voando para mim e junto à essas feras.
Meu instrutor será o Marcelo Almeida - um cara super fera, sereno e consciente da responsabilidade em formar novos pilotos.
Vôo Livre - um sonho, uma grande paixão. Mas tenho comigo, acima de tudo, um grande respeito pelas forças da natureza que tanto me encantam. Aqui ficará registrando todas as minhas emoções, alegrias, surpresas, sustos durante minha caminhada na minha estrada de nuvens. Coragem para ter minhas próprias e sonhadas asas. Esse espaço será minha caixa-preta, meu diário de bordo, meu transponder de emoções.
Toda enrolada - odeio essa parte do treino, sempre enrolo tudo
Sempre me enrolo na hora de colocar a selete
Marcelo brincando de inflar, enquanto eu dava uma pausa no fôlego.
Toda enrolada - odeio essa parte do treino, sempre enrolo tudo
Sempre me enrolo na hora de colocar a selete
Marcelo brincando de inflar, enquanto eu dava uma pausa no fôlego.
Vôo de : Beth Santana
às 21:18
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