Tenho um post chamado
CB no ar, piloto no bar - é a máxima dos pilotos não só de vôo livre, mas de aeronaves também.
Meu instrutor fez um post no blog dele chamando a atenção para o cuidado que deve ser dispensado nessa época do ano de constante instabilidade atmosférica. Enfim, chegou a época dos CB´s. E acabei de ler um relato no
blog do Nader sobre um sufoco passado com uns CB´s no seu caminho.
Do meu terraço tenho uma visão previlegiada das cordilheiras da região Oeste e Norte e Serrana (Terê). E já fazem três dias que a CBzada têm aparecido no céu com tudo no inicio da tarde. Na terça-feira, eram 13 horas da tarde e lá estava o horizonte numa condição animal com nuvens branquinhas e bigornas já formadas. Hoje, no mesmo horário e lá pelos lados de Nova Iguaçu e Campo Grande a condição também não era agradável e já havia formação de torres. Não demorou muito, por volta das 16:30 horas, o céu do Rio de Janeiro estava as escuras por breves minutos. Nesse exato momento, enquanto digito, tem uma nega lindissima em cima da minha casa.
Então, o lance é o seguinte: A galera que é aluno de vôo livre, que não tem a mãnha dos mais velhos, não deixem de escutar o seu instrutor e os mais antigos. As vezes, ficamos afoito para voar, tirar os pés do chão, mas nem sempre é o momento adequado ou a condição propícia. As vezes é melhor ficar quietinho em casa, tomando um choppinho com os amigos, indo no salão fazer o cabelo, ou beijar na boca do namorido, do que ficar arriscando sua vida por aí.
Como se formam os CB´s? Vamos lá:
As formações nebulosas com grande desenvolvimento vertical - CUMULONIMBUS (CB), também identificadas como tempestades de trovoada ou thunderstorms, ocorrem em todos os estados brasileiros. Elas podem ocorrer a qualquer hora, dia ou noite ao longo de todo o ano. A ocorrência de tempestades com trovoadas são mais comuns nos meses mais quentes, no período final da tarde. A cada momento, aproximadamente 1.800 CB's estão em desenvolvimento em torno do planeta, associados a descargas atmosféricas (raios) que atingem a Terra, 100 vezes a cada segundo. Os CB's são muito importantes para a reposição e distribuição da precipitação. Para a aviação, além de ser um limitador de espaço aéreo, pois o vôo dentro destas nuvens é de extremo risco, também pode afetar os procedimentos de pouso e decolagem devido às cortantes de vento geradas pelas fortes correntes, ascendentes e descendentes, em torno da nuvem. Turbulência, granizo, formação de gelo, saraiva (granizos que são lançados para fora da nuvem, em ar claro), relâmpagos e por vezes tornados poderão estar associados aos CB's e influenciarem na segurança das operações aéreas.
Cumulonimbus (CB): nuvem de trovoada; base entre 700 e 1.500 m, com topos chegando a 24 e 35 km de altura, sendo a média entre 9 e 12 km; são formadas por gotas d'água, cristais de gelo, gotas superesfriadas, flocos de neve e granizo. Caracterizadas pela "bigorna": o topo apresenta expansão horizontal devido aos ventos superiores, lembrando a forma de uma bigorna de ferreiro, e é formado por cristais de gelo, sendo nuvens do tipo Cirrostratos (CS).
O que ocasiona o CB? A ação de um CB fica limitada ao diâmetro entre 5 e 25 milhas, sendo, portanto, uma tempestade muito localizada, cujos topos podem chegar, ou ultrapassar, aos 17.000 metros, nas latitudes baixas e nas regiões de ciclones tropicais e furacões.
Para o desenvolvimento de um CB, existem três ingredientes essenciais:
Umidade
- A presença de umidade na atmosfera é necessária para a formação da nebulosidade e de precipitação. O sol, além de aquecer o solo e o ar sobre ele, provoca a evaporação da umidade do solo, lagos, rios e oceanos, aumentando assim a umidade do ar.
Instabilidade - O aquecimento do ar nos níveis próximos ao solo associado ao aumento da umidade desestabiliza a massa de ar. O ar quente é menos denso (mais leve) que o ar frio, então, existindo ar frio e seco acima, a tendência será de troca de ar, com o ar frio descendo e o ar quente subindo. Isto é instabilidade.
Levantamento – Este é o gatilho para o início de ascensão do ar e o princípio da tempestade. São exemplos de levantamentos:
a) Ar movendo-se para cima de uma montanha (levantamento orográfico);
b) Ar colidindo com uma frente (levantamento frontal). Frente é a zona de transição entre duas massas de ar diferentes; onde as massas colidem, o ar menos denso (quente ou mais úmido) ascende sobre o outro;
c) Ar frio soprando do oceano ou lago podem formar frente de brisa marítima, caso o ar frio colida com o ar mais quente sobre o continente e
d) A corrente descendente fria que sai do CB forma “frentes de rajadas”, as quais podem vir a causar o desenvolvimento de novos CB's.
Quais são os tipos de ocorrências de CB?
Os CB's podem ocorrer das seguintes formas: a) ISOLADOS - Quando a nuvem é única e de forma isolada dentro de uma determinada área; b) CACHOS MULTICÉLULAS - Quando existem vários CB's dentro de uma determinada área e sem uma disposição organizada. c) LINHA DE INSTABILIDADE - Quando existem vários CB's formados em linha, de maneira compacta. É muito comum preceder a sistemas frontais. d) SUPERCÉLULA - Formação extremamente perigosa, com correntes de ar ascendentes e descendentes, suficientemente capazes de se manterem sozinhas como uma só entidade por horas. A rotação do ar elevando-se dentro deste mesociclone favorece a formação de tornados.
Fontes de Pesquisa:
Mas Beth e tem aluno que voa com CB no ar? Vixi! E como tem! Coisa de instrutor doido e alunos sem preparo.
Marcadores: CB no ar, época de CBS, instabilidade atmosférica, piloto no bar, vôo livre
Vôo de : Beth Santana
em
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
às 16:59
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